sexta-feira, 2 de março de 2012

Qual é o papel do noivo?


Há uns três anos, meu nobre amigo Marco Tulio Jabá, o formiguense mais simpático do país, lançou uma frase que na época não tinha muito significado pra mim. "Abramo, aprende uma coisa, casamento é da noiva. No ensaio da banda da igreja não vão nem olhar pra você".

A frase dele não significou muita coisa para mim, já que eu não tinha perspectivas de casar, em curto prazo.

O curto prazo passou, o médio prazo chegou e o projeto de longo prazo está prestes a se tornar realidade, em setembro.

Entretanto a frase do Jabá ainda ecoa em minha mente e me faz formular, dia após dia, a pergunta que é o título desse post. Qual é o papel do noivo?

Participar eu participo, opinar eu opino, mas decidir é função minha? E quando a minha decisão for contrária à da noiva? Prevalece a opinião da noiva, do noivo, dos pais da noiva, ou resolvemos do velho jeito? Numa alegre partida de purrinha?

Me deparo com questões como a da decoração, por exemplo. Se a festa fosse organizada essencialmente pelo noivo, os gastos com decoração cairiam pela metade, assim como o percentual de glamour, se é que existe tal medição.

O noivo é sempre mais pragmático? Ou é simplesmente uma característica masculina? Ou pior, será que é uma característica minha pura e simplesmente?

Nunca fui o campeão do pragmatismo, mas confesso que lidar com o mercado do casamento mineiro mexeu comigo.

Chega a beirar o absurdo os orçamentos que recebemos. E, no desejo de contribuir nas decisões, acabo tomando as devidas xerifadas da noiva quando o assunto entra no campo do intangível.

Decoração bonita é intangível, assim como maquiagem bem feita. Tangível mesmo só o número de zeros.

Em casamento tudo é múltiplo de mil. Nada custa 129 reais.

E a noiva continua exercendo alegremente o seu poder de xerife. O noivo, como é de bom tom, abaixa a cabeça e diz "sim senhora". Afinal, não sou orgulhoso nem mentiroso para esconder das pessoas que quem manda é ela, e só ela.

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